Na prática, isso já ocorria; foi esse entendimento, por exemplo, que no ano passado livrou de um processo o senador Gim Argelo (PTB-DF). Ele era acusado de corrupção e grilagem de terras.
A decisão, tomada na terça-feira pelo plenário em votação simbólica, acaba com possibilidade de um processo contra Edison Lobão Filho (DEM). Edinho é suspeito de sonegação e falsidade ideológica.
O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), condenou a decisão e diz que vai continuar investigando as denuncias contra Lobão Filho. “Sempre me chocou essa idéia de que o parlamentar só pode ser processado pelo que fez depois de assumir o mandato. O passado é apagado? Isso é terrivelmente ingrato para a sociedade”, disse.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves, também não ficou satisfeito. A Constituição já proíbe que pessoas condenadas pela Justiça se candidatem a cargos públicos, mas o senador pretende elaborar uma proposta de emenda constitucional que dificulte a entrada na política de quem tem ficha suja – mesmo que não tenha sido condenado.
Para Garibaldi Alves, o Senado “dormiu no ponto”. “Se o Senado tivesse regulamentado, amarrado, ele estaria fechando a porta para todos aqueles que chegassem aqui com alguma mancha na sua vida pregressa”, disse.
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